Casa Branca pequena e calorosa
Numa das paragens de comboio que liga Évora a Lisboa está Casa Branca, uma aldeia típica alentejana.
A estação de Casa Branca é pequena e calorosa e todas as casas são brancas dando jus ao nome da aldeia, são o espelho de tranquilidade onde se reflete o azul do céu e o verde dos campos planos sem fim que a rodeiam. Foi em tempos um dos principais pontos das linhas ferroviárias alentejanas, sendo hoje ainda um importante ponto de ligação e troca de percursos e caminhos. Um painel de azulejos dá cor e alegria à aldeia. Da estação avistam-se hortas cuidadas, com todos os tipos de vegetais e legumes, há árvores de fruto, laranjeiras e pessegueiros, que libertam aromas e perfumes de encantar. Os pessegueiros estão em flor e são lindos de se ver. O funcionário da estação diz que a horta mais bonita é a dele e indicou-me o caminho para lá para eu comprovar, e é mesmo. Ouvem-se os pássaros a cantar e sabe bem-estar aqui sentada à sombra no meio das hortas. Aqui cheira a ar puro, calma e harmonia e pode-se pensar e relaxar em paz.
Avançando pelas poucas ruas que constituem a aldeia, avisto um pastor com as suas ovelhas, tem cerca de 14 e diz que naquela aldeia as pessoas são muito trabalhadoras e passa-se o tempo a trabalhar. É uma aldeia de gentes humildes e acolhedoras, aqui todos sabem quem é o vizinho e mais, aqui falam, conhecem-se e são amigos. Juntam-se em convívios animados na tasca ou no café e no restaurante, os únicos que vi neste meu passeio e onde se comem belos manjares e petiscos. Há um minimercado que tem de tudo um pouco, o dono é muito simpático e mostrou-me onde faz o pão e os bolos secos que vende e que são uma maravilha ao paladar.
Já no final do dia acompanhei umas gentes que caminhavam por ali, fazem caminhadas todos os dias e alguns deles faziam também BTT, há grupos e percursos definidos pela aldeia e pelas redondezas, pelos caminhos de terra que acompanham os campos verdejantes. Ficou combinado para uma próxima ir participar num deles.
Inês Manuel