Locomotivas a vapor da série CP E161 a E170

Construídas pela Henschel & Sohn

As locomotivas a vapor da série MD 401- 410, mais tarde CP E161- E170, entraram ao serviço dos Caminhos de Ferro do Estado – Divisão do Minho e Douro, entre 1905 e 1908.

A aquisição das 10 máquinas a vapor para a Divisão do Minho e Douro surgiu não só pela necessidade de dar resposta à expansão da rede ferroviária de via estreita, como também dotar e reforçar a frota existente com locomotivas adaptadas aos traçados sinuosos.

Construídas pelo fabricante alemão Henschel & Sohn, as primeiras quatro locomotivas foram entregues em 1905 e as restantes em 1908. Completava-se aquela que viria a ser a nova série MD 401 a 410. À medida que iam sendo entregues, as locomotivas a vapor foram distribuídas pelas linhas do Corgo e Tâmega. No entanto, e em finais dos anos 20, três unidades desta nova série de máquinas a vapor circularam também na Linha do Sabor.

O ano de 1927 trouxe alterações na gestão e exploração da rede de via estreita em Portugal, com a integração dos Caminhos de Ferro do Estado na Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses. A Linha do Tâmega foi concessionada à Companhia dos Caminhos de Ferro do Norte de Portugal, enquanto a Linha do Corgo passou a ser explorada pela Companhia Nacional dos Caminhos de Ferro. No entanto, a distribuição geográfica desta frota de locomotivas manteve-se praticamente inalterada.

A partir de 1947, e já sob gestão da Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses, a série foi renumerada, passando a ser CP E161- E170, com a letra “E” a referir-se às máquinas de via estreita. Deram-se também alterações na sua área geográfica – grande parte da frota foi destinada à rede de via métrica da área do Porto, onde permaneceram em serviço comercial até meados dos anos 70 do século XX. Pontualmente circularam também na Linha do Vouga. Com a introdução da tração diesel na rede de via estreita, foram progressivamente perdendo destaque. No entanto, a partir de 1976, parte da frota foi transferida para as linhas do Tâmega e Tua, tendo saído definitivamente de serviço na década de 80.

Atualmente, a locomotiva a vapor CP E163 integra a exposição permanente do Museu Nacional Ferroviário, no Entroncamento, e as locomotivas CP E161 e E165 integram o espólio dos Núcleos Museológicos de Chaves e Arco de Baúlhe.